"Enquanto esses comandantes loucos ficam por aí
Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Não é nossa culpa
Violência, enorme violência, violência, violência.
Almas vendidas,
queimando pestanas organizando suas batalhas
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Nascemos já com uma bênção
Triste e medonha violência, fruto podre do Ser-Humano.
Você não quer nem saber.
Os guerrilheiros nas alcovas preparando na surdina suas mortalhas
Você pode e você deve, pode crer
Mas isso não é desculpa
Inexplicável ato que nos persegue e nos aprisiona
Por tanta indiferença
A cada conflito mais escombros
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Pela má distribuição
Nós, os Seres-Humanos.
Não entendo sua omissão.
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Com tanta riqueza por aí, onde é que está?
Mas será que realmente o somos?
Mas porque não agir se é você mesmo que sofre
Entra ano, sai ano, cada vez fica mais difícil o pão, o arroz, o feijão, o aluguel
Num quer dizer que você tenha que sofrer
Cadê sua fração
Pois temos raízes muito selvagens e instinto animal
E finge não ver por pura distração.
Uma nova corrida do ouro
Até quando você vai ficar usando rédea, rindo da própria tragédia?
Até quando esperar
E muitas vezes somos desumanos.
Você não quer se unir não sabe o que é cooperação,
O homem comprando da sociedade o seu papel
Até quando você vai ficar usando rédea, pobre, rico ou classe média?
E cadê a esmola que nós damos sem perceber
O espaço local onde moramos,
Me diga porque este sorriso então!
Quando mais alto o cargo maior o rombo
Até quando você vai levar cascudo mudo? Muda, muda essa postura
Que aquele abençoado, poderia ter sido você
A relação que ao longo da vida acumulamos,
Assinar o ponto, seu transporte esta lotado!
Eu dando milho aos pombos no frio desse chão
Até quando você vai ficando mudo? Muda que o medo é um modo de fazer censura
Com tanta riqueza por aí, onde é que está?
A forma de vida e sua condição.
Não há companheiros, ninguém esta ao seu lado!
Eu sei tanto quanto eles se bater asas mais alto voam como gavião
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?
Cadê sua fração
Formam-nos Humanos ou tristemente nós retrocedem a selvagens seres
Só a fome a miséria, o circo e o pão.
Tiro ao homem tiro ao pombo
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente. Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Selvagens seres
Você acha arriscado fazer a revolução?
Quanto mais alto voam maior o tombo
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante. Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Esperando a ajuda de Deus
Que perdem os sentimentos e a socialização.
Então deve aceitar o seu patrão.
Eu já nem sei o que mata mais:
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Posso vigiar teu carro, te pedir trocados, engraxar seus sapatos
Ganham o ódio a frieza a loucura e a desumanização
Seria demais dividir as coisas que você já tem, cerveja, um par de tênis e um caos.
Se o trânsito, a fome ou a guerra
Você que é inocente foi preso em flagrante. É tudo flagrante
Sei, não é nossa culpa
Desumanização
Vamos sorrir e viver assim,
Se chega alguém querendo consertar
A polícia matou o estudante, falou que era bandido, chamou de traficante
Nascemos já com uma bênção
Estes, criam e propagam a violência
Aceitar tudo como fomos instruídos e então!!
Vem logo a ordem de cima:
A justiça prendeu o pé-rapado, soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário
Mas isso não é desculpa
Esta, que vê as brigas, as discussões
Viver em paz
Pega esse idiota e enterra!
A polícia só existe pra manter você na lei, lei do silêncio, lei do mais fraco:
Pela má distribuição
A facada a porrada, a ferida, o tiro... por fim nossa morte.
Sem olhar pra trás,
Todo mundo querendo descobrir seu ovo de Colombo
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
Com tanta riqueza por aí, onde é que está?
Nasce conosco... mas também morre conosco.
Não reagir, sempre se omitir.
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos
A programação existe pra manter você na frente, na frente da TV, que é pra te entreter, que pra você não ver que programado é você!
Cadê sua fração
Terá a violência um fim, ou será só o nosso fim o seu fim?
E a culpa não será em vão
Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar.
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar.
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Até quando esperar
Violência, enorme violência, violência, violência.
Apagada em álcool e alcatrão.
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá.
Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar.
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar.
A plebe ajoelhar
Triste e medonha violência, fruto podre do Ser-Humano.
Por séculos e para todo sempre,
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar.
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar.
Escola, esmola. Favela, cadeia. Sem terra, enterra. Sem renda, se renda. Não! não!
Esperando a ajuda do divino Deus
Seremos o cidadão padrão.
Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!"
____:
(1) Música de Zé Geraldo
http://www.4shared.com/audio/8LMgS12A/Z_Geraldo_-_Milho_aos_pombos.htm
(2) Música de Gabriel Pensador
http://www.4shared.com/audio/umP8EfPt/Gabriel_O_Pensador_-_At_Quando.htm
(3) Música de Plebe Rude
http://www.4shared.com/audio/VV5ZF0wh/At_quando_esperar_-_PLEBE_RUDE.htm
(4) Música de Jangos
http://www.jangos.com.br/
Obs: Vá em DONWLOADS e Donwload do álbum Inteiro
(5) Música de Dead Fish
http://www.4shared.com/audio/5VStjlMT/10_-_Dead_Fish_-_Cidado_padro.htm